terça-feira, 26 de abril de 2011

Álcool: Uma das preocupações do Setor Sucroalcooleiro


As perspectivas para a próxima safra de cana-de-açúcar nos mercados interno e externo, preços e situação da comercialização do álcool no país foram os principais assuntos discutidos em reunião da Comissão Nacional de Cana-de-Açúcar da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). De acordo com o presidente da Comissão, Edison Ustulin, o Brasil vai moer na atual safra de cana 280 milhões de toneladas, das quais mais da metade, 55%, será transformada em 11 bilhões de litros de álcool, e 45% referem-se a 28 milhões de toneladas de açúcar.


A situação do mercado de álcool é uma das grandes preocupações do setor. Para o presidente da União da Agroindústria Canavieira (Unica), Eduardo Pereira de Carvalho, o álcool hidratado vem perdendo uma fatia significativa do mercado nos últimos anos. O setor sucroalcooleiro, explicou, está deixando de produzir anualmente 500 milhões de litros do produto, em conseqüência do sucateamento da frota de carros movidos à álcool e da redução na produção de veículos que utilizam esse combustível. Nos cálculos do setor, a frota de carros à álcool, atualmente em 3,5 milhões, perde por ano entre 300 e 350 mil veículos.
Na reunião, foi discutida também a definição de uma matriz energética nacional, que aproveite a energia proveniente da queima do bagaço da cana, considerada uma energia limpa. De acordo com Edison Ustulin, atualmente cerca de 40 usinas geram excedente de energia e comercializam entre 300 e 400 megawatts por dia com as empresas distribuidoras. Com investimentos no setor, as 340 unidades industriais de cana e álcool poderiam fornecer entre 2,5 mil e 3 mil megawatts, o suficiente para abastecer uma cidade de três milhões de habitantes.




Plantação de Cana-de-açúcar resfria a clima


Boa notícia para o etanol. Uma pesquisa feita por cientistas do Departamento de Ecologia Global da Carnegie Institution, nos Estados Unidos, concluiu que a cana-de-açúcar ajuda a esfriar o clima.
O estudo, publicado no domingo dia 17 de abril, na segunda edição da revista Nature Climate Change, nova publicação do grupo editorial britânico, aponta que o esfriamento do clima local se deve à queda da temperatura no ar em torno das plantas à medida que essas liberam água e à reflexão da luz solar de volta ao espaço.
O trabalho, liderado por Scott Loarie, procurou quantificar os efeitos diretos no clima da expansão da cana-de-açúcar em áreas de outras culturas ou de pecuária no Cerrado brasileiro.
Foram utilizadas centenas de imagens feitas por satélites que cobriram uma área de quase 2 milhões de metros quadrados. Os cientistas mediram temperatura, refletividade e evapotranspiração, a perda de água do solo por evaporação e a perda de água da planta por transpiração.
“Verificamos que a mudança da vegetação natural para plantações e pastos resulta no aquecimento local porque as novas culturas liberam menos água. Mas a cana-de-açúcar é mais refletiva e também libera mais água, de forma parecida com a da vegetação natural”, disse Loarie.
“Trata-se de um benefício duplo para o clima: usar cana-de-açúcar para mover veículos reduz as emissões de carbono, enquanto o cultivo da planta faz cair a temperatura local”, destacou.
Os cientistas calcularam que a conversão da vegetação natural do Cerrado para a implantação de culturas agrícolas ou de pecuária resultou em aquecimento médio de 1,55º C. A troca subsequente para a cana-de-açúcar levou a uma queda na temperatura do ar local de 0,93º C.
Os autores do estudo enfatizam que os efeitos benéficos são relacionados ao plantio de cana em áreas anteriormente ocupadas por outras culturas agrícolas ou por pastos, e não em áreas convertidas da vegetação natural.

domingo, 17 de abril de 2011

Etanol Brasileiro


O Brasil é o país mais avançado, do ponto de vista tecnológico, na produção e no uso do etanol como combustível, seguido pelos EUA e, em menor escala, pela Argentina, Quênia, Malawi e outros. A produção mundial de álcool aproxima-se dos 40 bilhões de litros, dos quais presume-se que até 25 bilhões de litros sejam utilizados para fins energéticos. O Brasil responde por 15 bilhões de litros deste total. O álcool é utilizado em mistura com gasolina no Brasil, EUA, UE, México, Índia, Argentina, Colômbia e, mais recentemente, no Japão. O uso exclusivo de álcool como combustível está concentrado no Brasil.
O álcool pode ser obtido de diversas formas de biomassa, sendo a cana-­de-açúcar a realidade econômica atual. Investimentos portentosos estão sendo efetuados para viabilizar a produção de álcool a partir de celulose, sendo estimado que, em 2020, cerca de 30 bilhões de litros de álcool poderiam ser obtidos desta fonte, apenas nos EUA. O benefício ambiental associado ao uso de álcool é enorme, pois cerca de 2,3 t de CO2 deixam de ser emitidas para cada tonelada de álcool combustível utilizado, sem considerar outras emissões, como o SO2.
A cana-de-açúcar é a segunda maior fonte de energia renovável do Brasil com 12,6% de participação na matriz energética atual, considerando-se o álcool combustível e a co-geração de eletricidade, a partir do bagaço. Dos 6 milhões de hectares, cerca de 85% da cana-de-açúcar produzida no Brasil está na Região Centro-Sul (concentrada em São Paulo, com 60% da produção) e os 15% restantes na região Norte-Nordeste.
Na safra 2004, das cerca de 380 milhões de toneladas moídas, aproximadamente 48% foram destinadas à produção de álcool. O bagaço remanescente da moagem é queimado nas caldeiras das usinas, tornando-as auto-suficientes em energia e, em muitos casos, superavitárias em energia elétrica que pode ser comercializada. No total foram produzidos 15,2 bilhões de litros de álcool e uma geração de energia elétrica superior a 4 GWh durante a safra, o que representa aproximadamente 3% da nossa geração anual.
Apesar de todo o potencial para a co-geração, a partir do aumento da eficiência energética das usinas, a produção de energia elétrica é apenas uma das alternativas para o uso do bagaço. Também estão em curso pesquisas para transformá-lo em álcool (hidrólise lignocelulósica), em biodiesel, ou mesmo, para o seu melhor aproveitamento pela indústria moveleira e para a fabricação de ração animal.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Cana-de-Açúcar



A cana-de-açúcar é uma planta que pertence ao gênero Saccharum L.. Há pelo menos seis espécies do gênero, sendo a cana-de-açúcar cultivada um híbrido multiespecífico, recebendo a designação Saccharum spp. As espécies de cana-de-açúcar são provenientes do Sudeste Asiático. A planta é a principal matéria-prima para a fabricação do açúcar e etanol.

É uma planta da família Poaceae, representada pelo milhosorgoarroz e muitas outras gramas. As principais características dessa família são a forma da inflorescência (espiga), o crescimento do caule em colmos, e as folhas com lâminas de sílica em suas bordas e bainha aberta.
É uma das culturas agrícolas mais importantes do mundo tropical, gerando centenas de milhares de empregos diretos. É fonte de renda e desenvolvimento, embora nitidamente concentradora de renda. Na região de Ribeirão Preto, a principal zona produtora do Brasil, 98.228 pessoas tinha renda inferior a R$ 100 mensais até 2007.
A principal característica da indústria canavieira é a expansão por meio do latifúndio, resultado da alta concentração de terras nas mãos de poucos proprietários, mormente conseguida através da incorporação de pequenas propriedades, gerando por sua vez êxodo rural.
Geralmente, as plantações ocupam vastas áreas contíguas, isolando e/ou suprimindo as poucas reservas de matas restantes, estando muitas vezes ligadas ao desmatamento de nascentes ou sobre áreas de mananciais. Os problemas com as queimadas, praticadas anteriormente ao corte para a retirada das folhas secas, são uma constante nas reclamações de problemas respiratórios nas cidades circundadas por essa monocultura. Ademais, o retorno social da agroindústria como um todo, é mais pernicioso que benéfico para a maioria da população.
O setor sucroalcooleiro brasileiro despertou o interesse de diversos países, principalmente pelo baixo custo de produção de açúcar e etanol. Este último tem sido cada vez mais importado por nações de primeiro mundo, que visam reduzir a emissão de poluentes na atmosfera e a dependência de combustíveis fósseis. Todavia, o baixo custo é conseguido, por vezes, pelo emprego de mão-de-obra assalariada de baixíssima remuneração e em alguns casos há até seu uso com características de escravidão por dívida.
No Brasil, a agroindústria da cana-de-açúcar tem adotado políticas de preservação ambiental que são exemplos mundiais na agricultura, embora nessas políticas não estejam contemplados os problemas decorrentes da expansão acelerada sobre vastas regiões e o prejuízo decorrente da substituição da agricultura variada de pequenas propriedades pela monocultura. Já existem diversas usinas brasileiras que comercializam crédito de carbono, dada a eficiência ambiental.
As queimadas também têm diminuído devido ao aumento de denúncias e endurecimento da fiscalização, embora muitas dessas denúncias terminem sem uma penalização formal. Em cidades como Ribeirão Preto, Araraquara, Barretos, Franca, Jaboti e Ituverava, as multas e advertências a usinas e produtores que queimam seus canaviais cresceram 27% em 2009 em relação a 2008, segundo levantamento da CETESB.
Para renovação do cultivo, algumas indústrias canavieiras fazem, a cada quatro ou cinco anos, plantios de leguminosas (soja) que recuperam o solo pela fixação de nitrogênio. Quanto aos problemas advindos da queima controlada na época do corte, existe já um movimento em direção à mecanização da colheita que aumenta de ano para ano, além de rigorosos protocolos que preveem o fim da queima até o ano de 2014.





sábado, 2 de abril de 2011

Curso de Tecnologia em Produção Sucroalcooleira


Maior exportador de álcool do mundo (detém cerca de 60% do negócio internacional) e com uma produção de açúcar girando em torno de 25 milhões de toneladas anuais (dessas, 15 milhões são exportadas), o Brasil figura como um dos principais produtores sucroalcooleiros do planeta. A cana-de-açúcar, fonte de renda para o país desde os tempos de colônia, é ainda hoje grande expoente do agronegócio brasileiro. Além disso, as cerca de 250 usinas do ramo existentes no país atualmente necessitam de mão-de-obra qualificada para dar continuidade ao sucesso do negócio. O tecnólogo em Produção Sucroalcooleiro encaixa-se perfeitamente nesse perfil.
Com formação específica para trabalhar com a cana-de-açúcar e a fabricação de seus subprodutos, esse profissional está presente em todo o processo de produção, desde o plantio e seleção da matéria-prima, passando pela comercialização do produto até o reaproveitamento dos resíduos em forma de energia elétrica. Ele é capaz de compreender globalmente o processo de produção de álcool e açúcar, atendendo às necessidades específicas de cada mercado (regional, nacional ou internacional).

Usina e plantação de cana-de-açúcar.
Esse profissional trabalha também observando, sempre, a prevenção dos possíveis impactos ambientais que podem ser ocasionados e a utilização racional dos recursos naturais, já que o negócio depende da ação positiva da natureza.
O Curso Superior de Tecnologia em Produção Sucroalcooleira é considerado como novo e tem 3 anos de duração, em média. As disciplinas cursadas são as básicas das ciências exatas (química e física em especial), um pouco de biologia e as específicas da área, como Gestão de qualidade, Tecnologia do açúcar e do álcool e Automação de processos de produção de açúcar e álcool.


Universidades onde se ministram o curso:
  • Unifran - Universidade de Franca;
  • Unimep - Universidade Metodista de Piracicaba;
  • UNIUBE - Universidade de Uberaba;
  • UFScar - Univesidade Federal de São Carlos;
  • UNAERP - Ribeirão Preto;
  • UEMG - Universidade do Estado de Minas Gerais;
  • Fafibe - Faculdades Integrada Bebedouro;
  • entre outras.

Mercado de Trabalho

As oportunidades de trabalho para esse tecnólogo estão nas Agroindústrias sucroalcooleiras, onde pode executar diversas funções, na área industrial ou na administrativa. O salário inicial desse profissional é de R$2.000 em média.

Expansão no Setor Sucroalcooleiro

A expansão do setor sucroalcooleiro está movimentada a economia em diversos segmentos abrindo novos mercados, gerando e ampliando atividades. Uma das conseqüências do "boom" da agroindústria canavieira é a regionalização de congressos, seminários e feiras sobre cana, açúcar e álcool.
O crescimento do setor sucroalcooleiro deu o tom dos discursos na abertura do Canasul. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), Eduardo Riedel, conceituou o setor como “consolidado e em franca expansão” no Estado. Mato Grosso do Sul conta atualmente com 21 usinas, sendo que três estão em fase de implantação. O processamento de cana vai chegar a 38 milhões de toneladas na safra 2010, alimentando um setor que gera cerca de 30 mil postos de trabalho. O presidente da Associação dos Produtores de Bioenergia do MS (Biosul), Roberto Hollanda, e a secretária de Produção e Turismo (Seprotur), Tereza Cristina da Costa Dias, também destacaram na abertura do evento a prosperidade do segmento, enfatizando que desde o primeiro Canasul , há quatro anos, o setor se consolidou como um dos mais importantes do agronegócio no Estado.