domingo, 3 de julho de 2011

Moendas



 As primeiras moendas tinham todos os rolos montados em eixos fixos, com sua posição de um em relação ao outro obtida por meio de calços e cunhas, sendo sua posição determinada no começo da safra e alterada mediante paradas do processo para outra em caso de necessidade.





A camada de bagaço determinava a pressão que aumentava quando se introduzia mais cana e reduzia na situação oposta.
A extração era extremamente afetada por essa limitação e grande inconveniente ocorria com a passagem de materiais estranhos metálicos que chegavam a ofender os castelos.
Entretanto para aproveitar os benefícios da pressão constante é necessário que pelo menos um rolo oscile. Normalmente este é o rolo superior.
Para aplicar a carga de compressão necessária, mola ou pesos operando através de alavancas são utilizados em moendas muito pequenas, mas o carregamento hidráulico é agora quase universal.

A moenda, como processo de extração de caldo, é o sistema mais utilizado, estando presente em pelo menos 98% das usinas e destilarias do Brasil, que, aliás, são as mais competitivas do mundo. Este nível de competividade das indústrias sucroalcooleiras brasileiras foi obtido como conseqüências de vários fatores, destacando-se:

A melhoria da qualificação técnica das pessoas, das usinas e destilarias, o software e a evolução tecnológica dos equipamentos – o hardware, com destaques para as moendas. A evolução experimentada pelas moendas nos últimos 30 anos transformou substancialmente a capacidade de moer das indústrias e, praticamente, eliminou a desvantagem de extração que tinha em relação aos difusores de cana.

Essa evolução das moendas de cana tornou-se ainda mais expressiva a partir de 1995, com a entrada no mercado das moendas Simisa/Empral que, além de incorporarem as evoluções realizadas até 1995, incrementaram novas tecnologias e inovaram com um projeto de monda, com premissa de reduzir os custos de manutenção, eliminando outra desvantagem hipoteticamente existente com relação aos difusores. Em termos práticos e com base em dados reais, podemos mostrar como as moendas evoluíram em capacidade de produção, sem investimentos relevantes, para diferentes bitola de moenda.
 Neste período a extração elevou-se de 93% para até 97%, enquanto os difusores mantêm a extração de até 97,5% no Brasil, com base em pesquisa recente, onde se verificou extrações na faixa de 96,7 a 97,5%. Os números falam por si, porém, para uma melhor análise, podem-se extrair adicionais interessantes e algumas merecem destaque, a saber:

- Atualmente um tandem de moendas de 66” equivale a um difusor de 10000 TCD; - Esse mesmo tandem de moenda, utilizando uma moenda 78” como 1º terno, permitiria moer 11000 TCD; - Um tandem de moenda de 78”, normalmente utilizado para comparar com um difusor de cana de 10000 TCD, mói 14000 TCD; - Esse mesmo tandem, utilizando uma moenda 84” como 1º terno, tem sua capacidade elevada para 16000 TCD.- A flexibilidade da moenda, para aumentar sua capacidade de produção, permite ajustar investimentos industriais com a evolução da área agrícola; - E o menor valor de investimento, por tonelada de cana moída, de uma instalação com moendas de cana, comparativamente a um difusor.
No mundo cada vez mais competitivo, com destaque para as comodities, as questões de flexibilidade, custo e qualidade são cada vez mais relevantes e, nesse sentido, fazem-se necessárias algumas considerações, com destaque para:
A moenda permite a separação do caldo primário, que corresponde à cerca de 70% do açúcar da cana, com alta qualidade e alto teor de açúcar, com cerca de 19 grau brix e alta pureza, permitindo a produção de açúcar com cor abaixo de 100 UI. Destinar o caldo secundário, que contém 30 % do açúcar da cana, como diluente do mel final, não agregando água ao processo e aumentando a eficiência energética da usina;  
Os custo de produção de açúcar com moendas de cana-de-açúcar são da ordem de 5% menores do que em difusores, o que, em termos de uma usina que moe 2.000.000 toneladas, equilibrada com 75% de produção para açúcar, pode significar uma redução de custos, por safra, de 4,5 milhões;
O caldo da moenda arrasta menos impurezas, influenciando positivamente a cor do açúcar e, conseqüentemente, gerando menos impureza no bagaço e na caldeira, contribuindo para menor desgaste das caldeiras e
A menor viscosidade das massas de açúcar provenientes das moendas facilita a operação dos flotadores de xarope, cozedores de açúcar e aumenta a capacidade das centrífugas de massa contínuas.
Na questão energética, a avaliação é ainda mais interessante, pois a análise limitada de consumo de potência da moenda, versus o consumo de potência difusor, pode levar a uma decisão equivocada. Considerando todos os fatores de consumo de energia de uma usina, o saldo energético global para uma planta com moenda de cana é maior do que para mesma planta com difusor, significando maior retorno do capital investido com a venda da energia disponível. O processo de tomada de decisão de investimentos certamente deve considerar todos os aspectos aqui abordados e mais alguns, como: custo de capital, disponibilidade de matéria-prima, etc, porém, para o foco deste artigo, deveria merecer destaque os seguintes:
 A flexibilidade de implantação e seu ajuste com a área agrícola, além da capacidade de expansão futura, com reduzido valor de investimento;
A capacidade de produzir açúcar de maior valor agregado – cor baixa, mínimo menor que 150 UI;
A produção com menor custo operacional;
O menor nível de investimento inicial por tonelada de cana processada. 
A melhor eficiência energética global e operação da planta com alto desempenho global. 





Redução das queimadas faz Ribeirão Preto ser bom exemplo

Ribeirão Preto saiu do nível saturado de poluição, acima de 160 microgramas por metro cúbico de 2009, para abaixo de 144 em 2010.

Ribeirão Preto saiu do nível saturado de poluição, acima de 160 microgramas por metro cúbico de 2009, para abaixo de 144 em 2010. O gerente regional da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Marco Antonio Artuzo, aponta a condição meteorológica mais favorável à dispersão de poluentes e o fim, ou pelo menos a redução, de queimadas de cana-de-açúcar na área urbana.

"Não são aspectos matematicamente comprovados, mas podem ter ajudado", diz Artuzo. Ele detalha que o ozônio se forma pela reação de óxidos de nitrogênio com gases voláteis, acelerados pela luz solar. Diante disso, o fim das queimadas pode ser um dos fatores de redução de óxidos de nitrogênio.

Usinas e inspeção veicular. O gerente enfatiza que a própria Cetesb tem obrigado as usinas sucroalcooleiras a instalar equipamentos de alta eficiência nas caldeiras que processam os bagaços de cana. "Isso tem se acentuado desde 2004."

Artuzo também cita que a Cetesb tem fiscalizado as emissões de gases veiculares nos perímetros urbanos e ressalta que várias prefeituras (Ribeirão Preto, Sertãozinho, Altinópolis e Santa Rosa de Viterbo, entre outras) também estão contribuindo para a melhoria da qualidade do ar, com o controle das próprias frotas de veículos e recuperação de áreas de preservação permanente e reflorestamentos. "Isso tudo vai criando uma condição de melhoria da qualidade do ar na região", afirma Artuzo.
A Cetesb tem uma estação medidora de qualidade do ar instalada no bairro Ipiranga, em Ribeirão Preto, com raio de alcance de 30 quilômetros. A estação funciona de forma intercalada desde 2004 e de forma efetiva e ininterrupta desde 2009, com equipamentos mais sofisticados. A medição é de hora em hora e acessível pela internet. 

Fim das queimadas da palha da cana entre 2012 a 2014

O projeto de lei que prevê o fim da queima da palha no Estado, foi aprovado, por unanimidade, pela Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento da Assembleia Legislativa. Pela legislação atual, a queima da palha continuaria no Estado até 2031, porém, com a proposta, fica antecipada a eliminação desta prática entre os anos de 2012 e 2014, para as áreas mecanizáveis e não-mecanizáveis, respectivamente. O projeto do fim da queima da palha da cana-de-açúcar já havia recebido parecer favorável nas Comissões de Constituição, Justiça e Redação, e de Defesa do Meio Ambiente, sendo que agora, após parecer da Comissão de Finanças, está pronto para ser votado em plenário.


Fonte: http://www.jornaldebarretos.com.br/novo/2011/06/33794